por Débora Viana
O
Palhaço é apenas o segundo filme de Selton Mello como diretor, mas já pode ser
considerado como a demonstração da personalidade característica de um dos
artistas mais completos do cinema nacional. Lançado em outubro, o longa que já
levou mais de um milhão de brasileiros ao cinema, concorre na categoria de
melhor produção estrangeira da 85ª edição do prêmio organizado pela Academia de
Artes e Ciências Cinematográfidas de Hollywood (Oscar), que será entregue em 24
de fevereiro de 2013.
O
filme foi um desafio para Selton, pois o artista teve que se dividir entre o
personagem e a direção da obra, além do roteiro que também é assinado por
ele. Ao seu lado, nomes como Paulo José,
Larissa Manoela e Teuda Bara inundam as telas dos espectadores de pura arte,
delicadeza e sensibilidade.
"O
palhaço" também conta com participações extraordinárias de três artistas
presentes na memória afetiva do diretor: Ferrugem, Jorge Loredo e Moacyr Fraco,
este último premiado como melhor ator coadjuvate no Festval de Cinema de
Paulínia este ano — o filme também foi eleito melhor direção, roteiro e
figurino.
O
enredo do longa-metragem está baseado em descrever a vida e a turnê dos
palhaços Benjamin (Selton Mello) e Valdemar (Paulo José) ou, quando estão no
picadeiro, Pangaré e Puro-Sangue, que percorrem boa parte de Minas Gerais. O
filme tem um quê de relação entre pai e filho, sendo permeado pela
sensibilidade – principalmente na composição e nas atitudes do personagem Benjamin.
Trilha
e efeitos sonoros, movimentos de câmera, textura das cores e fotografia,
direção de arte e figurinos, enfim, todos os aspectos técnicos do filme são
primorosamente executados e amplificam os sentimentos conflituosos de Benjamim
no processo de caracterização de um universo tão particular que é o dos
palhaços, composto, ao mesmo tempo, de alegria e tristeza, felicidade e
melancolia.
O
que nos comove ao ver o filme não é a pobreza da vida dos atores circenses –
por mais que ela apareça na carência de coisas simples como um ventilador, ou
um sutiã – e sim como, apesar das adversidades da vida da estrada, eles
compartilham de momentos bons e ruins como uma família.
O
roteiro apresenta cenas e diálogos inteligentemente construídos e muito bem
realizados. Comédia com elementos de drama ou drama com elementos de comédia? A
junção destes gêneros aparentemente opostos enriquece esta verdadeira pérola do
cinema nacional. Imperdível.
Assista
ao trailer oficial do filme:
Veja
mais informações sobre o filme:
http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/o-palhaco-2011/id/16680
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