quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Arte x Preconceito

por Aiandra Faria

Autodidata, desde menino John sonhava em ser bailarino e viajar pelo mundo. John realizou uma apresentação inovadora de A morte do cisne, que foi ao ar no programa Se ela dança, eu danço, do SBT, no fim de fevereiro, e que virou hit no YouTube.

O solo A morte do cisne criado em 1905 pelo russo Mikhail Fokine e a música de Camille Saint-Saens retratam o último vôo de um cisne, antes de ele morrer. Na versão original, a bailarina, com figurino impecavelmente branco e na ponta dos pés, interpreta toda a agonia da ave se debatendo até desfalecer. No fim do ano passado, um rapaz de 20 anos, morador do bairro de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, elaborou um novo jeito de dançar a coreografia imortalizada pela bailarina Anna Pavlova. No lugar de um colã e das sapatilhas; calça jeans, camiseta e tênis. Em vez de balé, street dance.

Esta foi uma ótima maneira de mostrar que a arte não é representada pela classe social, e menos ainda pelas roupas ou estilo. A arte é simplesmente a manifestação do seu íntimo.

Muitos artistas que hoje são mundialmente conhecidos sofreram preconceito, como Van Gogh tiveram dificuldades ao tentar inserir seus trabalhos em meio a trabalhos conhecidos e tradicionais. O simples fato de ter que lidar com o novo e com o que não é esperado nada significa.

Neste caso a dança serviu como uma plataforma de inclusão social, e reconhecimento do trabalho. Além de um exemplo de que os olhares para a arte devem estar atentos e o coração e a alma de portas abertas, o preconceito não deve reger. Foi como disse a especialistas de dança clássica e contemporânea, Lívia Frazão, “É emocionante porque mostra a visão dele sobre A morte do cisne. Com a mesma música, a mesma temática, ele criou algo inovador. Prova mais do que nunca que a dança tem esse papel de inclusão social”.

A tradição e louvor

por Aiandra Faria

A devoção a São Benedito, Santa Efigênia e a Santa do Rosário, levam vários ternos de congado, moçambique, catupés, cateretês e vilão as Igrejas.

Essa é uma tradição africana que foi trazida para o Brasil pelos escravos e há anos o costume vem sendo passado de geração para geração.

Os ternos de congado e moçambique são marcados pelas roupas coloridas, pela música e pela dança. Caixas, pandeiros e reco-recos dão um ritmo único que é acompanhado com precisão pelos dançarinos.

CONFIRA A MATÉRIA.


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O som da viola emocionará Patos de Minas

por Camila Gonçalves

Com mais de 30 anos de carreira e dez discos solos gravados, Sater hoje é considerado uma das grandes vozes que ajudaram a moldar os alicerces do folk brasileiro. Dono de uma voz mansa que inspira uma emoção inigualável em quem a ouve, o artista tornou-se um dos responsáveis pelo resgate da viola de dez cordas ao acrescentar um toque mais sofisticado ao instrumento. As suas influências vão de Al Jarreau e The Beatles às canções mineiras, andinas e caipiras/sertanejas tradicionais.


Ao longo da sua carreira, Sater estabeleceu duas grandes parcerias responsáveis pela criação de algumas das maiores pérolas do cancioneiro popular brasileiros com os também músicos Renato Teixeira e Sérgio Reis. O seu último CD, 7 Sinais (2006), apresenta um repertório eclético e inovador e conta com as participações especiais dos sanfoneiros Dominguinhos e Luiz Carlos Borges.


Se você ficou animado para assistir a esse grande show é melhor se apressar, pois só resta mais um lote de mesas para quatro pessoas. Os setores A (azul e amarelo) e B (amarelo) já estão completamente lotados, só restando o B (vermelho) por R$280,00 a mesa. Os interessados ainda podem adquirir ingressos para a pista (R$20,00 a meia e R$40,00 a inteira) e para o camarote open bar (R$60,00). Lembrando que as vendas estão sendo realizadas no Bob’s, no Markas & Markas e na Chilli Beans. Para mais informações, basta acessar o site do evento ou da empresa promotora do show.

Malditamente belo!

por Clarissa Patrício


“Os Belos e Malditos” é o segundo romance de F. Scott Fitzgerald, autor de obras consagradas como “O Grande Gatsby” e “Suave é a Noite”. De cunho autobiográfico, Fitzgerald procurou retratar de forma fiel a crise pela qual seu casamento passava e a realidade em que acabou vivendo durante esse tempo, em especial a decadência psicológica de sua esposa Inicialmente a narrativa cria um ligeiro desânimo no leitor. Porém, a partir da metade, o rumo da história se torna enérgico. É impossível não se sentir conectado aos protagonistas, Anthony e Gloria. Um casal feliz à vista de todos, porém que passa por angústias e desentendimentos de profundo cunho emocional – cada um tem problemas diferentes, mas que andam juntos, causando sofrimento mútuo.


Esta história é, afinal, o retrato dos bastidores de boa parte dos casais bem apessoados que conhecemos. É a dura realidade da propensa aristocracia, tão desprezível e digna de pena, mas que ainda encontra forças para continuar erguida numa sociedade de costumes e crenças deploráveis, e que mesmo reconhecendo tais defeitos, recusa-se a evoluir. É a queda do “American Dream”. Não precisamos ir longe para encontrar casais, e mesmo pessoas solteiras, como as que foram descritas nesse livro. Talvez uma longa avaliação interior também possa lhe revelar uma ou outra semelhança a eles... Fitzgerald e sua incrível maneira de fazer um raio-x de nós, meros mortais. Brilhante.


Sobre o autor: Francis Scott Fitzgerald (24 de setembro de 1896, Saint Paul, Minnesota - 21 de dezembro de 1940, Hollywood) foi um escritor americano. Fitzgerald é considerado um dos maiores escritores americanos do século XX. Suas histórias, reunidas sob o título Contos da Era do Jazz, refletiam o estado de espírito da época. Foi um dos escritores da chamada "geração perdida" da literatura americana.


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As cores do Palhaço Pangaré

por Débora Viana

O Palhaço é apenas o segundo filme de Selton Mello como diretor, mas já pode ser considerado como a demonstração da personalidade característica de um dos artistas mais completos do cinema nacional. Lançado em outubro, o longa que já levou mais de um milhão de brasileiros ao cinema, concorre na categoria de melhor produção estrangeira da 85ª edição do prêmio organizado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográfidas de Hollywood (Oscar), que será entregue em 24 de fevereiro de 2013.



O filme foi um desafio para Selton, pois o artista teve que se dividir entre o personagem e a direção da obra, além do roteiro que também é assinado por ele.  Ao seu lado, nomes como Paulo José, Larissa Manoela e Teuda Bara inundam as telas dos espectadores de pura arte, delicadeza e sensibilidade.

"O palhaço" também conta com participações extraordinárias de três artistas presentes na memória afetiva do diretor: Ferrugem, Jorge Loredo e Moacyr Fraco, este último premiado como melhor ator coadjuvate no Festval de Cinema de Paulínia este ano — o filme também foi eleito melhor direção, roteiro e figurino.



O enredo do longa-metragem está baseado em descrever a vida e a turnê dos palhaços Benjamin (Selton Mello) e Valdemar (Paulo José) ou, quando estão no picadeiro, Pangaré e Puro-Sangue, que percorrem boa parte de Minas Gerais. O filme tem um quê de relação entre pai e filho, sendo permeado pela sensibilidade – principalmente na composição e nas atitudes do personagem Benjamin.

Trilha e efeitos sonoros, movimentos de câmera, textura das cores e fotografia, direção de arte e figurinos, enfim, todos os aspectos técnicos do filme são primorosamente executados e amplificam os sentimentos conflituosos de Benjamim no processo de caracterização de um universo tão particular que é o dos palhaços, composto, ao mesmo tempo, de alegria e tristeza, felicidade e melancolia.



O que nos comove ao ver o filme não é a pobreza da vida dos atores circenses – por mais que ela apareça na carência de coisas simples como um ventilador, ou um sutiã – e sim como, apesar das adversidades da vida da estrada, eles compartilham de momentos bons e ruins como uma família.

O roteiro apresenta cenas e diálogos inteligentemente construídos e muito bem realizados. Comédia com elementos de drama ou drama com elementos de comédia? A junção destes gêneros aparentemente opostos enriquece esta verdadeira pérola do cinema nacional. Imperdível.

Assista ao trailer oficial do filme:



Veja mais informações sobre o filme:
http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/o-palhaco-2011/id/16680

Cultivar o que é importante está no nome!

por Géssika Vieira

Cultura significa cultivar, e vem do latim colere. Genericamente a cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo homem não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade como membro dela que é. A principal característica da cultura é o mecanismo adaptativo que é a capacidade, que os indivíduos tem de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais até que possivelmente uma evolução biológica. A cultura é também um mecanismo cumulativo porque as modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte, aonde vai se transformando perdendo e incorporando outros aspectos  procurando assim melhorar a vivência das novas gerações.

A cultura em nossa região existe, mas infelizmente não é tão aflorada como gostaríamos que fosse. Devido e tantas falhas vivemos em um mundo que carrega índices tristes. A advogada militante nas áreas cível e trabalhista, há 08 anos na Comarca de Patos de Minas e Região, Kátia Mendes de Andrade, nos fala sobre o assunto.

VC: Como advogada, você acompanha índices cruéis sobre assuntos delicados. Você acredita que se movimentos e atividades culturais fossem inseridas no dia a dia das pessoas, esses números poderiam ser revertidos?
KM: Sem dúvidas. São raros os casos de pessoas que, uma vez inseridas, definitivamente, em movimentos e atividades culturais, tomam o rumo da criminalidade, por exemplo. Entendo, inclusive, que projetos sócio-culturais devem fazer parte de uma política preventiva de combate ao crime e ao uso de drogas. Entretanto, nós sabemos que cultura, num sentido amplo, normalmente, só chega até as comunidades carentes por meio da sociedade civil, através de ONG’s, como é o exemplo do AfroReggae no Rio de Janeiro ou pela Cooperifa, encabeçada, dignamente, pelo poeta Sérgio Vaz, em São Paulo. Infelizmente, uma obrigação que seria do Estado, ante a inércia deste, acaba ficando nas mãos do cidadão comum. Isso quando existem cidadãos que se propõem a tal iniciativa. Particularmente, em Patos de Minas, desconheço qualquer projeto sócio cultural, seja do governo municipal ou de ONG’s, que tenham como público alvo as áreas mais carentes da cidade. Uma vez ou outra, ficamos sabendo de eventos isolados nessas comunidades, mas nada em termos de ações duradouras, o que é lamentável. 

VC: Vivemos numa sociedade que infelizmente não sabe definir o que é melhor pra ela própria, na maioria das vezes, isso tem a ver com uma identidade cultural falha?
KM: De certa forma, sim. Como disse em pergunta anterior, cultura agrega uma série de coisas. E, infelizmente, temos a mania valorizar culturas e costumes que não são nossos. E isso inclui também os nossos artistas, sejam eles regionais ou nacionais. Por exemplo, certa vez, perguntei a um promotor de eventos da cidade porque não contratam um show do Milton Nascimento. Obtive, como resposta, que em Patos de Minas não existe público para show de um dos melhores e mais conceituados cantores da MPB, dentro do Brasil e no exterior. Obviamente, fiquei irresignada, pois acredito que há público, em nossa cidade, para um artista do nível do Milton Nascimento, o expoente mineiro na música brasileira. Em contrapartida, se trouxerem uma banda de axé, por exemplo, o sucesso de público é garantido. Nada contra quem goste de Axé Music, mas, não é “nosso”. “Geração Coca Cola”, da Legião Urbana, fala sobre isso. Desde a década de 60 e com acentuação significativa a partir da década de 80, através da mídia, que nos trata como “robôs”, a sociedade se acostumou a “modismos”. A princípio, foram os “enlatados” americanos e, atualmente, é qualquer coisa que tenha se tornado “meme” na internet. Nesse sentido, da mesma forma que essa diversidade cultural é democrática, também pode ser nociva se não preservarmos a cultura local. 

VC: Como a cultura deveria ser inserida nas cidades, na sua opinião?
KM: A inserção de cultura, na sociedade, de uma forma geral, deve ter como ponto inicial, projetos sócio-educativos permanentes. Cultura é um hábito que desde cedo deve ser incentivado. Se os municípios não conseguem implantar projetos permanentes em cada bairro, que tal incumbência seja das escolas. Com todo orgulho do mundo, digo que fui aluna do Colégio Tiradentes – PMMG, da 5ª série ao último ano do ensino médio. Coincidentemente, sábado estive no Colégio, a convite de um amigo, na festividade de encerramento do 25º Projeto Cultural (na minha época era “Semana Cultural”). Mas, enfim, há 25 anos o Colégio Tiradentes, desta cidade, para a realização do Projeto em comento, estimula, durante todo o ano, que os alunos se interessem por música, teatro, dança, literatura ou trabalhos manuais, como pintura e artesanato. Portanto, para quem estuda ou estudou naquela escola, a “sede” por cultura é um hábito inserido em sua formação. Nesse sentido, se cada instituição de ensino seguisse tal exemplo, teríamos um número bem maior de pessoas interessadas por cultura e, via de conseqüência, os governos, de todas as esferas, seriam pressionados a dar mais incentivo e também criar mais eventos sócio-culturais. 

VC: Você acredita que a cultura pode transformar uma sociedade?
KM: Claro. Como afirmei anteriormente, quanto mais cultura, maior a capacidade de discernimento, de argumentação do indivíduo. Logo, se temos uma população ávida por cultura, teremos, por motivos óbvios, uma população mais questionadora e mais exigente, consciente sobre seus direitos e deveres. E uma população “pensante” resulta, indiscutivelmente, em governos mais eficientes. Educação e cultura são os caminhos. Não há outros.

Sérgio Cunha comemora 25 anos de carreira

por Aiandra Faria

O Barítono Sérgio Cunha está comemorando seus 25 anos de carreira, mas o presente é da população patense. Sérgio comemora a data especial com três concertos comemorativos BRAVO! com a participação do Coral Vozes, além do Vozes Juvenil, Grupo Cantares e convidados.


Barítono Sérgio Cunha.

A primeira apresentação aconteceu no dia 21 de outubro, a segunda no dia 18 de novembro e a terceira e última será no dia 02 de dezembro na Catedral de Santo Antônio a partir das 19h30min. A entrada é franca e toda a população pode prestigiar e se deliciar com as bodas de prata de carreira do Barítono Sérgio Cunha.


Concerto Comemorativo 25 anos de carreira

Conheça o trabalho do Barítono Sérgio Cunha:

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Livro + Filme: Shopgirl

por Clarissa Patrício

Shopgirl é um livro escrito pelo ator Steve Martin em 2000, e que no Brasil recebeu o título A Balconista. A personagem principal deste livro é Mirabelle Buttersfield, uma jovem de 27 anos bastante solitária e depressiva, que se mudou de Vermont para Beverly Hills para tentar mudar um pouco seu ritmo de vida. Porém, ela acaba parando atrás do balcão de uma loja de departamento vendendo luvas que praticamente ninguém quer comprar. Nesse meio tempo ela acaba se relacionando com dois homens: Ray Porter, rico, mais velho e bem-sucedido, e Jeremy, um jovem atrapalhado sem nenhum futuro aparente.
 
 
Enquanto Ray Porter acolhe a carente Mirabelle, ela se afasta aos poucos de Jeremy, com quem não deseja nenhuma relação mais aprofundada. No entanto, Ray também demonstra a vontade de ter uma relação consideravelmente flexível, contrariando as expectativas da moça, cujos conflitos internos aumentam a cada dia. Mirabelle passa a precisar mais do que nunca de um pontapé em sua rotina medíocre, e aos poucos percebe que isso depende unicamente dela.
 
 
Para um ator conhecido principalmente por fazer filmes de comédia, Steve Martin me surpreendeu consideravelmente com este livro, que é de uma sensibilidade tremenda e se tornou um dos meus favoritos com uma única leitura. Me identifiquei totalmente com a Mirabelle: não, não sou solitária, nem depressiva e nem triste. Mas não são só essas características que definem a personagem. Ela também tem uma força de vontade enorme escondida dentro dela, e é admirável a maneira com a qual ela liberta esse sentimento. Mirabelle representa muito bem o fato de que as melhores escolhas são as que mais temos medo de fazer. Sua  história é despretenciosa, mas ainda assim envolvente. A mensagem é tirada após a leitura, em nenhum momento o autor nos induz a concluirmos alguma coisa, e esse foi um detalhe que achei bem importante. Espero que Steve Martin escreva muitas outras histórias belíssimas como essa, de verdade.
 
 
 
Para minha imensa felicidade, minha atriz favorita, Claire Danes, interpretou Mirabelle Buttersfield no cinema, em 2005. O filme recebeu o título Garota da Vitrine em português, e conta com a interpretação maravilhosa e hilária de Jason Schwartzman como Jeremy e, claro, Steve Martin não poderia deixar de aparecer - ele interpreta Ray Porter. Como toda adaptação, é claro que o filme possui algumas pequenas diferenças em relação ao que é contado no livro, mas isso não atrapalha em absolutamente nada. A delicadeza é traduzida em sua plenitude para a tela. Sou suspeita para falar da Claire Danes, pois, pra mim, ela nunca se saiu mal em um papel, e conseguiu dar a personalidade em tom exato para Mirabelle. Encerro o post com o trailer do filme, e reforço minha recomendação: Shopgirl é, independente de sua forma, uma obra-prima.