quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Literatura e seus novos e grandes escritores

Por Naiá Fernandes / Entrevista: Géssika Vieira

O blog Varanda Cultural tem o prazer de falar sobre literatura e divulgar os artistas da nossa região. Literatura é a arte de compor escritos artísticos em verso, prosa ou poesia, e dignos de nosso respeito são aqueles que têm o dom e a habilidade para escrever dessa forma. Hoje, vamos apresentar uma nova artista, que escreveu o seu primeiro livro, Beijo de Jasmim, quando tinha apenas 14 anos. Raiany Romanni, agora aos 18 anos, está escrevendo o seu segundo livro e não pensa em parar por aqui. Determinada e com muito talento, Raiany falou para o nosso blog sobre essa experiência de escrever e sobre a sua paixão por literatura.




Varanda Cultural: Raiany, como você começou a escrever?
Raiany: respondo a essa pergunta com um trecho do meu segundo livro, Alice de olhos negros, que ainda está sendo trabalhado: "Escrevo não para contar da vida, mas para descobri-la. Escrevo porque me é um vício, e porque sou completamente deslumbrada pelo charme da literatura. Acredito que escrever seja, acima de tudo, estar em estado de graça permanente. Não se cria em um instante e não se é usado de uma vez só, aquilo que renasce nas palavras. É algo que existe o tempo todo dentro de um coração estremecido, cheio de sonhos e vontades absurdas e que principalmente têm de ser anormais, como regra única. É aquilo o que não se chama ainda, eis um segredo. Aquilo que não direi nunca por não poder assim justificar-me com os seus significados. E que justamente então descobrirei que é tudo o que já tive em mim, oh - em um susto. Tudo o que já tive e que não vive só por não haver o espaço assim entre os meus ossos para sair coisa tão grande e assustadora, que nem forma tem. Mas que há um dia de fazer-se viva. Só pra que eu entenda mais, e principalmente para que mais me espante."

Varanda Cultural: como foi escrever o seu primeiro livro? Você pretende escrever mais livros?
Raiany: foi uma experiência incrível, escrever Beijo de Jasmim. Quando comecei a escrevê-lo tinha 14 anos, então acho que pude conhecer não só mais palavras e sentimentos, mas também um pouco mais sobre mim mesma. Estou terminando o meu segundo livro já mencionado acima, que conta a história de uma garotinha orfã e introvertida, que perdeu os dois pais de uma vez só por avaria do destino e foi criada pela tia, que julgava a menina como esquizofrênica. Bom, acho que escrever é mesmo para sempre. Deixar de escrever é que seria o pecado.

Varanda Cultural: você sempre se interessou por literatura?
Raiany: desde pequena escrevo poesia. Na verdade, até hoje não sei se o que escrevo é prosa, ou se tem gênero sequer. Sei que é uma coisa que nasceu dentro de mim ainda cedo, e que se foi criando junto aos meus medos e às minhas verdades.

Varanda Cultural: você acredita que a literatura pode mudar o mundo?
Raiany: sim, a literatura muda o mundo. É um processo corrente. Pois não é mesmo o susto de cada dia que procuramos todos, tremendo e de olhos fechados, e nos enviesando toda a estrutura humana para poder sentir, em um mundo torto onde ninguém se é? Ah sim, pois é o espanto que me falta às veias, que me apavora por não sabê-lo ter nas horas fáceis e pacatas de uma vida qualquer. Pois é este o sonho: não haver manhã sem nome. E se sei de uma coisa só com certeza absoluta, é que somente com a ternura das palavras se pode fazer sonhar. E afinal, não é sonhando que se muda o mundo? Dores que vêm de dentro, as melhores são ainda anônimas. E literatura é acima de tudo uma anonimidade última. Mas de fora -ah, de fora sinto que se deve ter do que chamar. Talvez pelo egoísmo extremo de pensar que o próprio corpo não se há de justificar e só além dos orgãos é que se vê os detalhes. Embora não goste realmente de coisa detalhada, por eu mesma não saber sentir o que há além das entrelinhas.




Nenhum comentário:

Postar um comentário