terça-feira, 25 de setembro de 2012

Na capital do milho, quem tem voz e violão é rei

Por Camila Gonçalves

Abençoados sejam os deuses da música que fizeram de Patos de Minas uma terra repleta de talento. Nessa cidade, cujo cenário cultural é composto por grandes artistas dos mais variados segmentos, nasceram relevantes nomes da cena mainstream, alguns mais antigos, como Osmano e Manito e Dalla, outros mais recentes, como Gusttavo Lima e Arthur Danni. No entanto, é no campo alternativo que a capital do milho tem se destacado nos últimos anos, graças às inúmeras bandas de notável qualidade e potencial que aqui nasceram. A forte carga cultural carregada pelo município somada à juventude da população universitária, que em busca da conclusão dos seus estudos aqui se erradicou, compõe o cenário perfeito para a ascensão de grandes estrelas. Isso sem falar nos famosos bares com música ao vivo, que, assim como em qualquer outra cidade, ajudam os artistas a arcarem não só com os elevados custos para a manutenção e para a aquisição de equipamentos, como também os de gravações e de viagens.
Para o músico e advogado sangotardense com alma, jeitinho e coração patense, Eduardo Ribeiro, dentro do cenário alternativo de Patos de Minas é possível destacar bandas e músicos que, com muita maestria, estão levando a cultura do “uai” e da “pamonha do Aguinaldo” mundo afora com fórmulas únicas e, comprovadamente, bem sucedidas. O Vandaluz é um excelente exemplo disso. “Há muito tempo na estrada, a banda, composta por músicos experientes e competentes, mescla a poesia, a música experimental e uma pitada de teatro, originando um som extremamente maduro e ousado que vale a pena conferir”, conta.


Para Eduardo, outras duas grandes bandas “made in Patos de Minas” são o Erbert Richard e O Berço. Com uma proposta totalmente diferente da anterior, explica o músico, o grupo, encabeçado por Eduardo Moe (compositor, guitarrista e vocalista) segue uma linha mais voltada para o indie rock ao trazer elementos do rock inglês dos anos noventa e composições com letras em inglês. “Para mim, o único álbum do Erbert Richard, “The Lucid Amp”, é um dos melhores trabalhos musicais já produzidos no município, um resultado da genialidade dos seus integrantes e do dedo do produtor Alan Delay, que também é baixista do Vandaluz”, constata Eduardo. A banda “O Berço”, por sua vez, faz um som enraizado nas culturas folk e country americana. As ótimas letras em português, contudo, conferem a essa mistura uma atmosfera autenticamente brasileira, refletindo a miscigenação de culturas, marca registrada do país. Segundo Eduardo, apesar do projeto ser recente, ele traz a solidez de uma família. A propósito, um detalhe muito importante: eles são uma família. Afinal, quase todos os membros do grupo são irmãos ou primos. Essa fórmula, que já embalou grandes bandas desde os tempos mais remotos do rock, como Creedence Clearwater Revival, até os tempos atuais, como Kings of Leon, é um dos maiores diferenciais do som desses rapazes.





Em meio às guitarras distorcidas e às baterias enfurecidas do Erbert Richard e do Vandaluz, bem como às canções criativas e simples do Berço, um artista se destaca pela sutileza das suas letras e melodias. O cantor e compositor patense, Hebreu, produz um som distante do rock, seguindo a linha mais MPB de artistas já consagrados como Lenine, Adriana Calcanhoto, Paulinho Moska, entre outros. Na opinião de Eduardo, as suas canções de altíssima qualidade o tornam um forte candidato a representar a região entre os grandes nacionais futuramente.



Enfim, Patos de Minas conta com músicos que agradam todos os gostos, todas as tribos. Por isso, suba o som dos vídeos acima sem medo e conheça um pouco mais do trabalho de cada um.

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